Após sofrer uma queda e fraturar a tíbia da perna direita, no final do mês de junho deste ano, o agricultor João Antônio da Silva, de 76 anos, recebeu atendimento médico e passou por cirurgia especializada no Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca.
Residente em uma comunidade rural do município, o idoso fará agora outra cirurgia de segundo tempo, no Hospital Chama. Mesmo depois de dois meses do ocorrido, Seu João Antônio e familiares continuam recebendo apoio e assistência do HE do Agreste, por meio da equipe multidisciplinar do Projeto Preparando a Volta Para Casa.
Implantado no ano de 2014, o projeto de humanização já atendeu 702 pacientes e familiares até a segunda semana deste mês de agosto, nas residências e também em parceria com outras unidades de saúde no interior de Alagoas.
A equipe que faz o acompanhamento após a alta hospitalar é formada por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, cirurgiões, assistentes sociais e enfermeiros do HE do Agreste.
O grupo conta com o apoio da professora-doutora Ana Paula Nogueira, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), campus de Arapiraca.
Vulnerabilidade social
Segundo revela a coordenadora do projeto, a psicóloga Mônica Leal, o grupo assistia apenas a pacientes com sequelas neurológicas, e com o apoio da gerência do hospital e apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), a equipe passou a acompanhar pacientes com sequelas ortopédicas, emocionais e sociais.
“Fazemos uma análise da situação de cada paciente, sobretudo aqueles cuja estrutura familiar é fragilizada, moradores de rua ou pessoas que estão com sequelas graves dos acidentes”, explica.
No caso do paciente João Antônio da Silva, a coordenadora do projeto lembra que uma filha residia em São Paulo e outra, Vera Lúcia, está se recuperando de um tratamento de saúde.
“Decidimos acompanhar a família e o paciente para assegurar a recuperação adequada e melhor adaptação na volta para casa”, salienta Mônica Leal.
Ela acrescenta que o objetivo do projeto é preparar a adaptação do ambiente familiar à rotina e às novas necessidades do paciente que sofreu algum tipo de lesão grave ou funcional, que permanece mesmo depois de completada a evolução clínica, para que o indivíduo tenha assegurado um cuidado humanizado em sua residência.
Dois meses após o acidente que provocou a fratura da tíbia na perna, o paciente João Antônio da Silva apresentou outras comorbidades e continua sendo acompanhado pela equipe do projeto, que é pioneiro entre os hospitais públicos em toda a Região Nordeste.
“Agradeço muito a atenção dessa equipe maravilhosa a meu pai e a toda nossa família. Meu pai vai fazer outra cirurgia e, com fé em Deus, vai dar tudo certo”, declara a filha Vera Lúcia da Silva.
Nas cidades onde funciona o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), a equipe do HE do Agreste também trabalha de forma conjunta, também em parceria com as secretarias municipais de Saúde, Assistência Social e outros órgãos que possam ajudar na recuperação do paciente no próprio domicílio.
Mônica Leal diz que, devido ao alcance e resultados do projeto, as ações de humanização recebem o apoio regional do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
A coordenadora lembra que a equipe também realiza campanhas periódicas para a prevenção de violência doméstica, tentativas de suicídio, além de ações dentro da programação do Janeiro Branco, que trata da saúde mental das pessoas e do Maio Amarelo, na prevenção de acidentes no trânsito.
“Precisamos muito do apoio da sociedade e de todos os órgãos governamentais, para que possamos continuar ajudando os pacientes e suas famílias na recuperação da vida de tantas pessoas”, acrescenta.
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